Games, criptomoedas e NFTs: mais uma gigante entra no jogo

Crédito: Fast Company Brasil

Ana Beatriz Camargo 2 minutos de leitura

Dados divulgados na última segunda-feira (10), pela empresa DappRadar, apontam que as vendas de tokens não fungíveis (NFTs) atingiram cerca de US$25 bilhões em 2021. O valor representa um salto gigantesco em relação ao ano anterior, quando não passou dos US$ 94 milhões. As vendas atingiram o pico em agosto, depois caíram em setembro, outubro e novembro, antes de subirem novamente em dezembro, mostraram os dados do maior mercado de NFT, o OpenSea.

Evolução das vendas de NFTs, por bimestre, em dólares (Crédito: DappRadar)

No universo dos games, ainda não há um consenso sobre o uso e nem uma aplicação prática, já em andamento, para os NFTs. O que há são especulações de mercado. Recentemente, mais uma empresa do mercado de games fez um anúncio envolvendo NFTs: a GameStop. 

Há menos de um ano, a GameStop — varejista do mercado gamer americano — chocou o setor especulativo com um aumento astronômico das suas ações, de uma hora para outra. Agora, a empresa volta às manchetes com mais um anúncio. 

A marca, criada nos anos 1980 com o intuito de vender consoles, acessórios e jogos em lojas físicas, entrará para o mercado das criptomoedas e dos NFTs*. A informação é, originalmente, do Wall Street Journal. O anúncio seria parte de uma estratégia da empresa, após virar meme com o crescimento vertiginoso — e mal explicado — de suas ações na Bolsa de Nova Iorque. 

De acordo com a reportagem, a varejista contratou mais de 20 pessoas para administrar uma nova unidade que construirá um hub digital para compra, venda e negociação de NFTs. Os itens envolvidos nas transações seriam itens para os avatares usarem nas missões, como armas e roupas. A empresa já teria, inclusive, começado contato com empresas de criptografia para trocar conhecimento e desenvolver jogos hospedados com tecnologia blockchain. O anúncio marca um grande turning point na história da empresa de 38 longos anos.

NÃO PARA POR AÍ

Nas últimas semanas, grandes desenvolvedores de videogames, como Ubisoft e Square Enix (desenvolvedora de Final Fantasy) fizeram incursões em NFTs. E, de acordo com o report anual da empresa CoinDesk, os jogos foram a terceira aplicação mais financiada da tecnologia blockchain, arrecadando um recorde de US$ 3 bilhões de investidores. 

Mas a GameStop não é a única empresa a se reinventar com criptomoedas: a varejista de eletrônicos RadioShack anunciou que desenvolverá uma plataforma de troca de criptomoedas junto com um token próprio. Pegar o bonde parece ser uma estratégia atual para empresas com uma longa história e que precisam se reinventar para não sumirem de vez. 

* Vale esclarecer: NFT é um código numérico, também chamado de token, que representa uma transferência digital e sua numeração é insubstituível. Por exemplo, caso você empreste R$ 100 para alguém, você emprestou um valor, independente de quais cédulas você usou. Após o pagamento, você terá novamente um montante de R$ 100. Isso porque o dinheiro é um bem fungível, ou seja, uma cédula por ser substituída por outras. Os tokens são não-fungíveis, ou seja, são únicos – não podem ser trocados por algo –  e eles servem para garantir autenticidade a itens digitais.


SOBRE A AUTORA

Ana Beatriz Camargo é jornalista, heavy user de redes sociais e escreve sobre o mundo dos games. saiba mais